“Doente da cabeça e inapta para vida religiosa”. Essa foi a cruel avaliação que Julia Crota recebeu das Carmelitas, após uma experiência….
Julia Crota, nasceu na Itália em 1907, falecida em odor de santidade em 1990. Era como qualquer jovem de seu tempo, e após receber o chamado a vida religiosa ingressou no Carmelo onde permaneceu 5 anos, mas devido a muitos maus entendidos, e diferenças de carismas, não foi bem sucedida, saiu por motivos de doença.
Após tentar ingressar novamente em outros carmelos sem sucesso, Julia faz um discernimento com seu diretor espiritual e decide ingressar na Ordem Camaldulense. Queria abraçar uma rigorosa regra de vida, que foi aprovada pelo Papa Pio XII.
A regra era ousada: Dormir numa tábua por cima de uma cruz, andar sempre descalça, e alimentar-se apenas de pão, água e ( frutos da terra apenas em festas).
Foi admitida no convento de Monte Aventino, Itália. Recebeu o nome de Irmã Maria Nazarena de Jesus e ali perseverou e viveu 44 anos na mais severa reclusão até a sua morte.
Em uma experiência mística pediu a Deus a penitência de sempre estar com sensação de fome, e foi-lhe concedido. Ela diz : ” Deus me concedeu o que pedi, e comecei a sofrer fome, uma fome que não era normal, comendo ou não a fome atormentava, era um suplício, durou vários anos. Agora já não ocorre mais, tenho fome, mas de uma maneira normal”.
A única pessoa que viu depois que se encerrou na cela foi sua Madre Abadesa. A fama de sua reclusão porém chegou ao Vaticano e vários Papas quiseram visita-la !
Ela assistia a missa e recebia a comunhão em uma clausura própria onde podia ouvir, sem ver.
Sua cela tinha apenas um caixão com uma cruz por cima onde repousava. Não tinha mesa, nem cadeiras,havia o necessário para sua higiene, um altar para oração e uma estante com poucos livros.
Confidenciou por bilhete vinte anos depois que nunca quis sair da cela, e que só desfrutou felicidade em toda sua reclusão.Estava sempre em ação de graças por estar “num encantador silêncio dos desertos”. Confidenciou já idosa, que nunca sentiu tédio nem tristeza em todos esses anos.
Uma vez se sentiu mal a ponto de morrer, mas não chamou ninguém e confiou apenas em Deus. Tudo passou.
Fazia trabalhinhos para a comunidade, umas palmas decorativas para a quaresma.
Nunca mitigou sua regra, mesmo durante suas enfermidades.
O dia de entregar sua alma a Deus foi 7 de Fevereiro de 1990, vista apenas por Deus, deixou essa terra em odor de santidade. Hoje seus escritos e apontamentos fazem um grande bem para as almas, e corre ao mundo a fama de sua santidade.
Irmã Maria nazarena, ora pro nobis.