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Deus lhe Pague!
Percorrendo o elenco dos santos medievais na hagiografia, impressiona o número de famílias inteiras cujos membros são considerados santos, especialmente os nobres e os governantes; o fenômeno é mais evidente nos países anglo-saxões, mas também na Itália houve muitos casos.
Um dos casos mais famosos é o da família dos condes de Pagliara, próximo de Castelli, na província de Teramo. Eram desta família São Berardo, bispo de Teramo e padroeiro da cidade, sua irmã é Santa Colomba e seus irmãos os santos Nicolau e Egídio.
Os Pagliara tinham o título de conde, talvez herdado dos antigos condes Marsi e eram os senhores do Vale Siliciano, que abrangia um vasto território no Grand Sasso, Itália.
Berardo, já monge beneditino e sacerdote em Montecassino, se retirou no famoso Mosteiro de São João em Venere, Abruzzo, e dali foi chamado para a sede episcopal de Teramo.
De seus irmãos, Nicolau e Egídio, só se sabe que eles são mencionados em uma breve citação, juntamente com Santa Colomba, por estudiosos hagiográficos, como os Bollandistas, constituídos pelo jesuíta belga Jean Bolland (1596-1665) para compilar o ‘Acta Sanctorum’.
Na mesma citação, no dia 1º de setembro, Santa Colomba é lembrada como jovem condessa de Pagliara que nasceu em 1100; retirou-se jovem para viver como ermitã nas encostas do Monte Infornace (Grand Sasso).
A caverna onde ela viveu e morreu está localizada a meio caminho de um penhasco, no qual está esculpido um sinal dizendo “pente de Santa Colomba”, em memória do uso pela jovem de um pente para manter seus longos cabelos; nas proximidades existe a impressão de uma mão na rocha, que recorda o fato da Santa ter se apoiado ali ao escalar a montanha íngreme.
Os dois “sinais” estão ligados ao culto das pedras, ainda florescente em Abruzzo, incluindo a presença de um buraco milagroso, existente sob o altar da igreja dedicada a Santa Colomba, construída pelo Bispo Berardo, seu irmão, após sua morte ocorrida no inverno de 1116, então tinha apenas 16 anos; os devotos acreditam que ao introduzir a cabeça no buraco podem ser curados de algumas doenças.
A capela foi abençoada em 1216 por Santo Atanásio, bispo de Penne. No dia 1º de setembro comemora-se a sua festa.
A Ermida de Santa Colomba está situada a 1250 metros acima do nível do mar, no sopé do Monte Infornace. Tem acesso por Pretara através de um bom caminho. Segundo a tradição, neste lugar, no século XII, Santa Colomba, filha dos condes de Pagliara e irmã de São Berardo, abandonando o conforto do castelo, se retirou em oração e penitência.
Entre as lendas que cercam a vida da santa, as mais comuns são as que falam da impressão de sua mão em uma rocha, que pode ser encontrada no caminho até o eremitério e o do chamado “pente de Santa Colomba” que, para alguns, seria uma série de incisões paralelas (como os dentes de um pente) sobre uma rocha plana na vizinhança da Ermida.
Santa Colomba morreu, amorosamente assistida por seu irmão, o futuro bispo de Teramo. Em 1595 seus restos mortais foram transferidos para a Igreja de Santa Lúcia e só em 1955 a imagem de Santa Colomba, e os seus restos sagrados, foram transferidos para a capela de Pretara.
A igreja foi restaurada recentemente. No seu interior, está colocada a imagem de Santa Colomba e ao lado é visível a abertura que já abrigou as relíquias da santa.
Em uma placa afixada fora, acima da porta da frente, lemos o seguinte: “À pomba sagrada, Condessa de Pagliara e irmã de S. Berardo Bispo de Teramo, do povo de Pretara, na memória do centenário da descoberta dos restos mortais da Santa, rainha de nossas montanhas. Pretara Setembro de 1992. H. MT.1234”.